domingo, 31 de janeiro de 2016

Largo da Igreja - Um ponto central do Morro da Providência


Saudações meus companheiros, amigos e visitantes!


É com grande prazer que retomamos a regularidade de publicação de nosso blog. Esperamos que acompanhem quinzenalmente nossas postagens com fatos, relatos e depoimentos de moradores do Morro da Providência, valorizando a nossa história e a nossa cultura faveleira, sempre apresentando uma comunidade pela perspectiva do morador, que luta e que vence em meio a tanta dificuldade.

O assunto de hoje é sobre um dos locais mais importantes e emblemáticos da comunidade da Providência:

Largo da Igreja.


Foto tirada da internet.
Foto do livro Fatos e fotos Gamboa


O Largo da Igreja no alto do Morro da Providência, bem no final da escadaria, é um local de muito valor histórico para o Rio de Janeiro e principalmente pra nós moradores por se tratar de um espaço a frente de uma igreja centenária. Quem conhece a Igreja N. S. da Penha no alto da Providência? De acordo com relatos dos bem mais antigos e da pouca história publicada sobre essa igreja, ela foi construída no alto do morro, numa época quando ainda não tinha quase nada aqui.

Foto  autor desconhecido
Foto R Marinho


Esse local é e continuará sendo sempre um local de grandes lembranças e vivências para todos os moradores que aqui residem. Apesar das tantas transformações sofridas ao longo do tempo, o Largo nunca deixou de ser um local de encontros, eventos e confraternizações, tanto para as crianças quanto para os adultos. Quem não lembrará dos campeonatos organizados no campo de terra batida de dimensões irregulares a beira de uma pedreira, dividida apenas por uma tela? Depois de alguns anos, o campo passou a ser separado por um pequeno muro de pedra e posteriormente por um grande e alto muro de tijolo. Lembramos também das festas juninas com quadrilhas de crianças e adultos, tão frequentadas por pessoas de todo o complexo da Providência e adjacência. Não podemos esquecer as festas comemorativas: dias dos pais, das mães, dia de São cosme e São damião, dia das crianças, natal e ano novo. De vez em quando ocorria umas festas com a presença de alguns cantores para alegrar os moradores que levavam uma vida tão difícil  e dura, e esse momento era a única opção de extravasar as angustias e as dores da rotina diária.
Não tem como o morador antigo, raiz da favela dizer que nunca jogou bola ou brincou no Largo, até porque era um local democrático e não havia idade para fazer parte das brincadeiras, como cascudinho, pula corda, pular elástico, arrasta na lama, taco, pique bandeira, carniça entre outras. O Largo sofreu suas transformações ao longo do tempo. O campo de terra batida deu lugar a quadra de cimento e depois passou a ser um adro de convivência que apesar da transformação não deixou de ser utilizada por nós moradores.
O tempo e as circunstâncias, juntamente com os interesses políticos e financeiros, fizeram e fazem com que as nossas crianças percam seus espaços de lazer aqui no morro, e por consequência perdem também essa cultura faveleira das brincadeiras inventadas e criativas das favelas.

Temos que valorizar a nossa comunidade e nos apropriar de forma coletiva e perceptível daquilo que é nosso de fato e por direito. Valorizemos entre os nossos essa cultura faveleira rica, alegre e divertida que ultrapassaram épocas e gerações.

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Tenha uma quinzena de muita paz e felicidade.
Até o próximo post.
Um grande e fraterno abraço!

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